domingo, 14 de março de 2010

Meu momento

Começou uma nova era para o 'meu eu escritora'. Escrever sobre amor e sobre amizades agora já não me é mais satisfatório, não me basta mais. Não porque nem os amigos ou amores estão em constante mudança, nem porque o texto que escrevi ontem para um amigo não vale mais hoje, ou talvez porque o amigo não valha mais. Mas quero escrever sobre as pessoas, sobre relações que vão além da pureza do amor, ou da verdadeira amizade. Quero escrever sobre o que pouco consigo entender, não porque me ajuda a esclarecer, mas porque as coisas que eu menos entendo são as que mais vivencio.
Não me diverte mais escrever para dar indireta sobre as atitudes das pessoas. É pouco. Porque eu quero entender coisas que vão além disso.
Pra isso o primeiro passo foi me afastar. Me afastar de tudo e de todos que me confundem, me voltei pra mim mesma, fiz as pazes com Deus e nem acredito que às vezes, do nada me pego rezando, agradecendo. Nem acredito que não me pego querendo desistir das coisas, ou procurando nos próximos respostas do que fazer da minha vida. Porque eles nunca sabem dar resposta, além das erradas.
Fiz uma limpa na minha vida pessoal. Descartei pessoas que sei que cedo ou tarde vão me decepcionar. Deixei guardada palavras às pessoas que sei que descartadas ou não, merecem ouvi-las. Recolhi da chuva pessoas que deixei ali em meio a tempestade, que conheço há anos, que me divertem, e que eu deixei de lado por ter entrado num mundo que se chama 'Gay' e pelo nome deveria realmente significar alegre, feliz. E mais ainda, deixo as portas da minha vida totalmente abertas para as pessoas que nunca tive muita admiração,mas que no momento que tiveram oportunidade de me criticar não fizeram isso. E passo a admirá-las agora, porque não sei se teria maturidade de fazer o mesmo.
Agora penso que o mais gratificante da vida é ser feliz de verdade. Não é colocar numa página de relacionamento da internet fotos em festas cheias, quando você na verdade se sente vazio, muito menos ir a todas a festas, tirar fotos com pessoas vazias, só pelo fato que isso pareça ser cheio. Sempre amei ir a festas, e meses atrás estava numa fase assim, solteira convicta por opção, bebendo diariamente, em festas cheias. E na verdade eu era vazia. Estou numa vidinha como se diz no mundo gay 'tombada'. Porque uma pessoa que não ta sempre rebolando pra todos, ficando com todo mundo, fingindo ser feliz e o mais sincero, que não está sempre procurando o namorado dos outros, esperando a chance de desfazer uma relação, que não escuta o rebolation- tion do momento, que namora e se exclui, que não cheira momentos de falsa alegria, que não bebe a desgraça alheia, que não fuma a ideia dos outros, que trabalha e estuda, que se preocupa mais com o seu futuro com que o seu presente é uma pessoa 'tombada'. É, eu tombei, e to adorando essa fase de tombação, porque é tranquila e madura.
Tenho o prazer de dizer que sou complatemente apaixonada pelos pais que Deus me deu, e sei que eles são completamente apaixonados por mim, apesar dos meus erros e escolhas, sei também que agora é o momento que mais vou precisar deles, e sei que eles vão estar comigo em todas as minhas dificuldades, porque eu quero que meus pais sejam diferentes comigo, mas eu tenho que ser diferente com eles também. Não me cabe mais as pessoas de festas e curtidas como meus melhores amigos. Quero meus pais, quero meu irmão. E sei que vai me bastar. Digo isso porque muitas vezes que eu fui chorar escondida no banheiro, ou na cama, meu irmão estava lá perguntando insistentemente o que aconteceu, até eu contar, me dava um abraço e dizia que me amava, até hoje ele faz isso. E quando eu fico diferente, pra baixo sem comer, é minha mãe que fica furiosa querendo saber o motivo, que eu nunca conto, porque é mãe e não melhor amiga. E quando eu tenho vontade de dar um rumo diferente seja no trabalho, ou na faculdade, é meu pai que vem me dar conselhos, e dizer o certo, que me apóia e diz pra eu não desistir. E quando eu não desisto, é nele que eu penso, e quando eu desanimo é na minha mãe que eu penso, e quando eu quero ouvir um eu te amo verdadeiro é no meu irmão que encontro. São de 11 a 20 anos de amizade, acho que esses amigos devem bastar.
Estou numa tranquilidade infinita e absoluta, sei que é apenas um estado de espírito, mas sei que não vou me esquecer desse momento. E estou curtindo porque finalmente depois de dois anos, eu escolho uma situação, e não ela que me escolhe, bem é o que eu acho.
Agora sinto que estou fazendo um novo caminho, sem pisar em ninguém, e quero me lembrar disso em cada passo que eu der, e quando eu tiver alguma barreira, que eu não me esqueça disso. É FASE NOVA! Novas atitudes me aguardam, e os que a merecem, que as esperem também.
Isso é tudo.

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